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Os "Nãos" da Vida

  • Foto do escritor: Silvia Helena
    Silvia Helena
  • 28 de out. de 2024
  • 2 min de leitura
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Ninguém gosta de ouvir “não” - fato. Desde pequenos, fomos quase que traumatizados acerca dessa pequena palavra, que frustra, rompe expectativas, cheira à rejeição. O engraçado é que, quando crianças, detestamos ouvir o não, mas o dizemos com extrema facilidade: “não pegue meus brinquedos”, “não quero tomar banho”, “não gosto de estudar”, etc, etc. O que existe de autenticidade e de assertividade na criança vai se perdendo ao longo dos anos. A criança defende com maestria o que quer e o que gosta, e rejeita, às vezes até agressivamente, o que não quer e não gosta. A censura e as convenções sociais ainda não predominam e o egocentrismo deita e rola: “o que importa sou eu e meu prazer”.


Devemos ser tão autênticos e assertivos como as crianças, ignorando o que se espera de nós, os sentimentos das outras pessoas e as “regras” da sociedade em que somos inseridos? De maneira alguma! Mas também não podemos ser engolidos de tal maneira pelo exterior que nossos desejos, valores, vontades, etc, fiquem renegados ao último plano em nossas vidas.


O erro de inúmeras pessoas e que é uma queixa bastante comum na terapia é a dificuldade de se posicionar frente aos conflitos da vida. Dificuldade em dizer os “nãos”, se necessários. Dificuldade em expor que alguém lhe magoou. Dificuldade em não assumir mais atribuições do que é capaz de suportar. Enfim, uma lista sem fim de ocasiões em que, resumindo, não se consegue ser assertivo.


Não que não se possa, eventualmente, ceder com relação a certas situações e fazer concessões visando reduzir conflitos, buscando entendimento comum. Mas se, corriqueiramente, a pessoa abre mão de si mesma em detrimento dos outros, acaba perdendo de vista sua própria importância e tem sua autoestima rebaixada e, em função disso, sofre inúmeras outras consequências negativas que vão desde uma tremenda inibição social a uma agressividade desenfreada e perigosa.


A pessoa assertiva considera sim os sentimentos e as idéias dos outros. Julga-os, aliás, tão importantes quanto os dela, o que permite que se expresse sem agredir e ofender. Consegue resolver questões pontualmente, sem envolver pessoas que não fazem parte da problemática ou voltar com situações passadas claramente mal resolvidas. Aceita os “não” que a ela são dirigidos sem levar para “o lado pessoal” e procura discernir sobre a razão e o ponto de vista do outro.


Pensando nisso tudo, proponho que não sejamos irredutíveis como as crianças quando se trata em, certas vezes, de ceder, mas que também possamos ser justos conosco fazendo valer nossas verdades, para que não passemos pela vida inexpressivamente deixando de escanteio, principalmente, nossos sonhos!

 
 
 

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